O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que trabalhadores com rendimentos mensais de até R$ 5 mil estarão isentos do Imposto de Renda a partir de 2026. A medida, que ainda necessita de aprovação do Congresso Nacional, visa beneficiar aproximadamente 36 milhões de contribuintes.
Atualmente, a faixa de isenção do Imposto de Renda abrange rendimentos de até R$ 2.824 mensais. Com a nova proposta, trabalhadores que recebem até R$ 5 mil deixarão de ter o imposto descontado em folha, resultando em aumento da renda líquida disponível. Por exemplo, um salário de R$ 5 mil, que hoje sofre um desconto de cerca de R$ 383,55 de IR, passará a ser recebido integralmente.
Para compensar a redução na arrecadação, estimada em R$ 35 bilhões anuais, o governo propõe aumentar a tributação sobre rendas superiores a R$ 50 mil mensais, com uma alíquota mínima de 10% incidindo sobre todos os rendimentos, incluindo aluguéis e dividendos. Além disso, a isenção de imposto por razões de saúde para aposentados será limitada a quem ganha até R$ 20 mil.
A proposta de isenção do IR para salários até R$ 5 mil tem gerado debates. Uma pesquisa da Quaest revelou que 75% dos entrevistados apoiam a medida, indicando ampla aceitação entre diferentes grupos políticos. No entanto, especialistas alertam que, sem a devida compensação fiscal, a iniciativa pode acentuar desigualdades socioeconômicas, beneficiando principalmente grupos já privilegiados.
O governo federal pretende encaminhar o projeto ao Congresso em 2025, com a expectativa de que as novas regras entrem em vigor em janeiro de 2026. A medida faz parte de um pacote mais amplo de reformas tributárias e ajustes fiscais que visam promover maior justiça tributária e equilíbrio nas contas públicas.
