Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados nesta quinta-feira (24) por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças e corrupção. A operação “Ultima Ratio”, conduzida pela Polícia Federal e autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou na busca e apreensão de documentos e na imposição de medidas restritivas, como o uso de tornozeleiras eletrônicas.
Sérgio Fernandes Martins, atual presidente do TJMS, é um dos magistrados afastados. Ele ingressou no tribunal em 2007 pelo Quinto Constitucional, sendo nomeado por sua experiência como advogado. Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1982, Sérgio ocupava a presidência do TJMS desde 2023 e é suspeito de participação ativa no esquema de venda de decisões judiciais.
Sideni Soncini Pimentel, juiz de carreira desde 1988, é outro dos alvos da operação. Ele havia sido eleito para presidir o TJMS a partir de 2025 e chegou ao cargo de desembargador por antiguidade, em 2008. Pimentel é investigado por integrar a organização criminosa que teria beneficiado empresários e advogados.
Vladimir Abreu da Silva, também juiz de carreira, foi promovido a desembargador em 2008. Ingressou no sistema judiciário de Mato Grosso do Sul como juiz substituto em 1986. O magistrado é acusado de envolvimento em lavagem de dinheiro e extorsão, além de ter influenciado sentenças favoráveis a grupos empresariais.
Alexandre Aguiar Bastos, ex-juiz substituto do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, foi empossado como desembargador em 2016 por meio do Quinto Constitucional, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele é pós-graduado em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e também está entre os investigados por falsificação de documentos e favorecimento judicial.
Por fim, Marcos José de Brito Rodrigues, juiz de carreira desde 1988, assumiu o cargo de desembargador em 2012, promovido por merecimento. Nascido em Campo Grande, ele é suspeito de facilitar decisões judiciais favoráveis a empresários envolvidos no esquema.
Os cinco magistrados estão proibidos de acessar dependências de órgãos públicos e de manter contato com outras pessoas investigadas.