Recuperação judicial no agronegócio de MS cresce mais de 600% no segundo trimestre

Um levantamento recente da Serasa Experian indica que os pedidos de recuperação judicial no agronegócio de Mato Grosso do Sul dispararam no segundo trimestre de 2024, registrando um aumento de 666,67%. O salto ocorreu entre produtores que atuam como pessoa física, passando de três solicitações no primeiro trimestre para 23 entre abril e junho. O crescimento contrasta com a estabilidade dos últimos anos, quando os pedidos no setor se mantiveram baixos, com apenas um caso em 2021 e nenhum em 2022.

Especialistas atribuem a alta a uma combinação de fatores econômicos e climáticos. Segundo Michel Constantino, doutor em Economia, o cenário financeiro para o produtor rural foi impactado pelo aumento da taxa de juros e a seca intensa que afetou o estado, além da desaceleração no consumo de commodities pela China. Constantino enfatiza que muitos produtores foram pegos de surpresa, pois acreditavam que o crédito continuaria acessível e barato.

Outro ponto que contribui para as dificuldades no setor é o custo elevado de insumos, que pressionou ainda mais o orçamento dos pequenos e médios produtores, explica o chefe de agronegócios da Serasa, Marcelo Pimenta. Ele observa que, no cenário nacional, o impacto foi similar, com mais de 214 pedidos de recuperação judicial entre abril e junho, revelando um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2023.

De acordo com o advogado Carlos Henrique Santana, a recuperação judicial é uma alternativa prevista pela Lei Federal nº 11.101/2005 para ajudar produtores rurais com dificuldades financeiras a renegociar suas dívidas e manter a atividade econômica. Santana explica que, no contexto atual, a adesão à recuperação judicial é um reflexo das condições adversas que o setor enfrenta.

Informações: Correio do Estado

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